Chaplin levava gargalhadas ao público num tempo em que a recessão levava o povo norte-americano ao desespero. Seu humor não era simplesmente uma caricatura, ele fazia severas críticas ao sistema, como em Tempos Modernos (1936), em que o comediante satirizava a forma de produção na fábricas.
O cinema norte-americano não seria o mesmo se não fosse o rei da comédia, Mel Brooks. Filmes como Primavera para Hitler (1964) e Banzé no Oeste (1974) exemplificam o talento do cineasta, que tem a parodia como sua principal característica. Brooks, além de diretor e produtor, é ator, sempre fazendo participações em seus filmes. Em Alta Ansiedade (1977) é possível ver Brooks em sua melhor forma.
Hoje o humor tornou-se um gênero clichê, a comédia escambou para o pastelão, porém sem nenhuma inovação. Até mesmo celebres comediantes, como Steve Martin, caíram na mesmice. Um exemplo é o remaker da Pantera cor-de-rosa, as duas novas continuações tentam repetir o sucesso do personagem, outrora, interpretado por Peter Sellers. Contudo os filmes parecem uma repetição do pior pastelão, Martin até tenta salvar as continuações, mas os roteiros deixam o personagem muito infantilizado. Para os fãs da antiga Pantera fica nostalgia.
As paródias também entraram num show de besteirol. Começou com o filme Todo Mundo em Pânico (2000) e suas seqüências. As produções desse gênero apelam para a pornografia, uma prova da decadência do humor no cinema. Ainda bem que Mel Brooks está vivo, quem sabe não volte a ativa.
Por Paula Aguiar