domingo, 29 de novembro de 2009

A arte da sétima arte



Nem sempre a sétima arte pode, de fato, ser chamada arte. Hoje há uma indústria, que começou com Hollywood, que visa muito mais a lucratividade que realmente o aspecto artístico de fazer filmes. Contudo ainda existem os resistentes, os zelam para que o cinema conserve seu status de arte. Mesmo dentro do próprio cinema norte-americano, que é considerado clichê, alguns cineastas destoam da maioria e impõem, mesmo em obras que visam bilheteria, um toque autoral.


Podemos, dentro dessa linha, citar Martin Scorsese (1942), um diretor que sempre deixou vestígios que o identificassem em seus filmes . Como um marco, Taxi Driver (1976), o primeiro grande sucesso de Scorsese, destaca-se, pois é um filme cheio de tensão e realismo, o que acabou por definir aquilo que seria a marca inconfundível do cineasta.



Dos cineastas americanos, têm também aqueles que são mais heterodoxos, é o caso de David Lynch (1946). Este é um enigma, já esteve envolvido em grandes produções, como Duna (1984) e produções menos convencionais. Império dos Sonhos (2006), protagonizado por Laura Dern, a atriz predileta do diretor, é um exemplo de como Lynch procura inovar, mesmo que perturbadoramente. O filme é um suspense e uma viagem de alucinações, o recurso de câmera solta, ou seja, a câmera acompanha os personagens sem estar presa a um pedestal, dá um toque a mais de realismo na obra. Outra característica de David Lynch são as informações subliminares, que não ficam explícitas, Veludo Azul (1986) é emblemático quanto a esse estilo.



A característica autoral é muito forte, principalmente, na Europa. Nomes como o do sueco Ingmar Bergman (1918 – 2007), do francê Jean-Luc Godard (1930), do dinamarquês Lars Von Trier (1956), do italiano Michelangelo Antonioni (1912 – 2007) e do também italiano Gabriele Salvatores (1950), por exemplo, ajudaram e ajudam a escrever a história do cinema com formas diferenciadas e usando linguagens próprias. Cenas como a do filme O Sétimo Selo (1956), de Bergaman, em que um cavaleiro das cruzadas joga xadrez com a morte, entraram para a antologia do cinema, e demonstram a maestria dessa arte quando se propõe a ser, realmente, uma expressão artística.



Por Carlos Júnio




Nenhum comentário:

Postar um comentário